4 Mecanismos para Acelerar o Parto
Os benefícios de um trabalho de parto espontâneo e de um parto vaginal, estão mais do que validados em muitos estudos científicos, no entanto, é importante que a mulher e o casal saibam como trabalhar em conjunto para que o desenrolar deste processo seja o mais natural e rápido possível.
Existem 4 estratégias que podem ajudá-la a desencadear ou a acelerar o trabalho de parto, no final da gravidez, caso não haja contra-indicação médica:O útero é um músculo que se contrai por ação de estímulos, sejam eles hormonais, tais como as prostaglandinas, ou mecânicos, como por exemplo esforços físicos. São estas contrações uterinas, que podem ou não ser dolorosas, que vão empurrar o bebé contra o colo do útero, causando um “repuxamento” do mesmo, de modo a que dilate.
- Manter vida sexualmente activa – o esforço associado ao ato sexual combinado com a ação do sémen, no colo do útero, que tem na sua composição prostaglandinas, funcionam como um forte estímulo que pode levar à contração do útero. Também o facto da mulher se sentir desejada e atingir o orgasmo aumenta a segregação de ocitocina, uma hormona que vai igualmente estimular o útero a contrair-se;
- Manter actividade física ligeira a moderada – realizar caminhadas ou simplesmente fazer a lide da casa exerce os músculos da parede abdominal e o útero também;
- Favoreça a liberdade de movimentos (sempre que possível) – de uma maneira geral a mulher quando tem dor, não elege a posição de deitada como posição de conforto, vai sim escolhendo posições diferentes ao longo do trabalho de parto e movimentando a bacia para acomodar o seu bebé, que vai descendo sobre a pelve. As posições mais verticais e que permitem uma boa amplitude da bacia são naturalmente as mais confortáveis, e para além disso ainda potenciam a força da contração por associação à força da gravidade e ao peso do bebé sobre o colo do útero;
- Utilize técnicas de relaxamento – a dor está inerente ao trabalho de parto, embora com grau e frequência diferentes de mulher para mulher, no entanto, a resposta à dor é habitualmente idêntica, isto é, para tentar defender-se da dor, a grávida cria tensão sobre os músculos do corpo. O que é necessário compreender, é que esta tensão vai produzir um aumento da pressão intra-uterina, por parte dos ligamentos à volta do útero contra os músculos que estão em contração, fazendo com que a perceção de dor aumente. O melhor, é aprender técnicas de relaxamento e de alívio da dor para evitar a tensão corporal no momento da contração, ou então, se for esse o seu desejo pode optar por fazer analgesia epidural.
As contrações são simplesmente o sinal de arranque de todo o processo de trabalho de parto, pelo que a mãe e o bebé têm um papel fundamental no desenrolar do mesmo. O bebé tem o seu caminho para fazer e através de movimentos próprios em consonância com as contrações ajuda a aumentar a pressão sobre o colo do útero. A mãe por sua vez pode adoptar estratégias facilitadoras e prazeirosas de conduzir ela própria o seu trabalho de parto, diminuindo a hipotese de ter um parto instrumentado.
Estas técnicas são úteis não só quando está ainda numa fase inicial do trabalho de parto, de modo a que inicie a dilatação do colo, mas são igualmente importantes para acelerar o trabalho de parto quando este já está instalado, mas para isso é necessário que sejam faladas, desenvolvidas e treinadas com alguma antecedência. Fale com a equipa de enfermagem e médica que a assistir na sala de partos de modo a participar e ajudar à evolução do seu trabalho de parto.