Descolamento da Placenta

O descolamento prematuro da placenta é uma situação emergente e que necessita de atuação imediata. É também conhecido como placenta abrupta, ocorre quando existe separação de parte ou da totalidade da placenta do local onde esta se encontrava implantada, numa gravidez com mais de 24 semanas de gestação.

Sendo a placenta o único fornecedor de nutrientes e de oxigénio fundamentais para a sobrevivência fetal, quando, por alguma razão, a placenta se começa a separar da parede uterina existe um compromisso desse fornecimento, sendo necessária uma intervenção de profissionais especializados o mais rapidamente possível, de modo a salvar a mãe e o bebé.

Existem várias razões pelas quais esta situação pode ocorrer: tensão arterial elevada na gravidez, pré-eclâmpsia e/ou eclâmpsia, idade materna avançada numa mulher já com várias gravidezes, traumatismo abdominal direto, como embate ou queda, após rotura da bolsa de água quando o líquido amniótico está aumentado, consumo de tabaco e drogas, e mioma uterino.

Esta situação pode levar a um parto prematuro e/ou sofrimento do bebé, pelo que é fundamental reconhecer os seus sintomas o mais cedo possível.

Sintomas

Perda de sangue vivo ou sangue velho (escuro) via vaginal, é o mais comum. No entanto, em 25% dos casos não se observa hemorragia, pois o sangue acumula-se atrás da placenta, ou porque o bebé está muito encaixado na bacia da mãe servindo de tampão, ou porque o sangue pode passar para o líquido amniótico.

Pode também ter uma dor abdominal intensa e súbita, e pode originar ou não contrações uterinas.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser por vezes difícil. A ecografia é o método de diagnóstico mais utilizado, no entanto, por vezes pode ser difícil obter uma imagem nítida que sugira descolamento prematuro da placenta.

É possível verificar através da ecografia o bem-estar fetal, e através da observação clínica perceber o estado da mãe. Apenas a partir daqui é que a equipa médica tomará uma decisão.

Tratamento

O tratamento depende de vários fatores tais como: tempo de gravidez, extensão do descolamento, bem-estar fetal, bem-estar materno, presença de contrações e estado do colo do útero.

Caso a área do descolamento seja pequena, e a mãe e o bebé se encontrem estáveis, a equipa médica poderá optar por internar e vigiar, fazendo medicação preventiva para as contrações, medicação para amadurecer os pulmões do bebé e repouso.

Caso o descolamento seja significativo, e mãe e/ou bebé corram perigo de vida, a opção será uma cesariana de emergência.


Por Susana Carvalho de Oliveira
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Parteira de profissão e de coração desde 2011. Impulsionadora e diretora do projeto VouNascer. Desde 2006 que trabalha na área de obstetrícia, primeiramente no internamento de obstetrícia de um hospital privado, da área da grande Lisboa, e atualmente no bloco de partos e urgência obstétrica de um hospital público. É também conselheira em aleitamento materno reconhecida pela OMS/UNICEF, reflexologista na área da gravidez e parto, e co-autora do Método Nova-Génese. Empreendedora e dedicada de natureza. Tem 2 filhos rapazes que todos os dias lhe recordam as alegrias da maternidade.